Encontro com a sobrevivente da Orquestra Feminina de Auschwitz Esther Bejaran
No dia 19 de fevereiro de 2020, nove alunos que frequentam o Projeto N.O.M.E.S. (Nomes e Olhares para a Memória e o Ensino da Shoá) da Escola Secundária da Maia e estão a estudar a Orquestra Feminina de Auschwitz e a história de vida de algumas das mulheres que nela participaram, a docente responsável pelo Projeto e uma Encarregada de Educação, deslocaram-se até à Escola Alemã de Lisboa para um emotivo encontro com a sobrevivente daquela orquestra, Esther Bejarano.
O sacrifício de tão cedo se terem levantado, pouco depois das quatro da manhã, nem sequer foi sentido pelos alunos, «tanto era o entusiasmo» como refere a Mariana Almeida, do 9.º C. O grupo viajou de comboio, tendo partido de Campanhã às 05:40 e «durante a viagem acabamos de preparar e traduzir as perguntas que íamos fazer a Esther e, também, conversámos sobre diversos assuntos», testemunha o Lourenço Pacheco, do 9.º C.
Chegado à Escola Alemã, o grupo foi recebido por Rita Dantas, elemento do Departamento de Comunicação desta instituição de ensino, e a principal responsável por ali nos encontrarmos. Rita foi de uma simpatia extrema e uma excelente anfitriã, tendo acompanhado sempre o grupo, apresentando os diversos espaços da Escola e «esclarecendo todas as nossas dúvidas acerca do funcionamento da mesma», como descreveu a Maria João Pereira, também do 9.º C.
Chegadas as 10:00, o grupo foi conduzido ao grande auditório da Escola e só então percebeu que iria ter o privilégio de assistir a praticamente todo o espetáculo que havia sido dado na noite anterior naquele mesmo espaço. Primeiro visionou, com a tradução sempre atenta de Rita Dantas, o espetáculo de circo “Circo.Liberdade. Gleichschaltung”, do Circo CiNS, baseado na história de Irene Bento, uma artista de circo judia, que foi perseguida pelos nazis, tendo sido proibida de trabalhar. Irene esteve escondida num circo ariano durante todo o período nazi, escapando assim à deportação e sobrevivendo com parte da sua família. Como escreveu a Mariana, já este espetáculo «deu a entender que a perseguição aos judeus foi um processo gradual», referindo a aluna que começou a questionar-se «como é que tanta gente, ao ver as medidas cada vez mais extremas serem tomadas consentiu com o processo ou preferiu fingir que nada estava a acontecer!»
Entretanto este espetáculo terminou e Esther Bejarano chegou ao palco, tendo sido «recebida com uma grande e merecida salva de palmas» como refere a Teresa Cunha, do 9.º D, acrescentando o Lourenço, que afinal, «não é para qualquer um viajar pelo mundo a espalhar a sua experiência com 95 anos!» Esther leu o seu testemunho, contou a sua história, em alemão, e, mais uma vez graças a Rita Dantas, o grupo tudo pôde acompanhar pois já tinha recebido a tradução do texto no telemóvel. Como descreve o Tomás Miranda, do 9.º C, a presença de Esther em palco «impunha respeito e ao mesmo tempo era aconchegadora» e à medida que ela ia dando o seu testemunho o grupo foi-se emocionando, ficando «com a lágrima no canto do olho», confessou o Tomás.
E quem é aquela mulher tão franzina em cima do palco? Que história estava ela ali a contar? Esther Bejarano é uma sobrevivente de Auschwitz. Foi membro da sua Orquestra Feminina, para onde entrou fingindo saber tocar acordeão (sabia tocar piano, mas não havia pianos em Auschwitz). Esther Bejarano explicou que sobreviveu a Auschwitz devido à música, para onde foi deportada em 1943 e onde passou 7 meses. Na Orquestra e devido a várias doenças que contraiu foi sempre salva pela música, tendo chegado a tocar flauta, quando após um internamento foi substituída por uma célebre acordeonista e, depois de ter desenvolvido tosse convulsa, a chefe de orquestra lhe ter dado a oportunidade de ela aprender a tocar guitarra para não ter que abandonar as melhores condições que usufruíam as prisioneiras que pertenciam a este conjunto musical.
Por ser considerada "mestiça" (tinha uma avó cristã), Esther teve a possibilidade de se inscrever num envio de prisioneiras para o campo de Ravensbrück. Hesitou por não querer abandonar as suas amigas da Orquestra, mas foram estas que a convenceram a ir, pois em Auschwitz nunca ninguém estaria a salvo, mesmo pertencendo à Orquestra, e a probabilidade de ela sobreviver noutro campo e contar a história daquelas mulheres seria muito maior. No final da guerra, Esther foi obrigada, ainda, a participar numa marcha da morte e descreve assim o momento da sua libertação: «estávamos numa marcha da morte, em Mecklenburg, eu e sete mulheres que também tinham vindo de Auschwitz para Ravensbrück. Não sabíamos para onde nos levavam e ao fim de cinco dias de marcha, ouvimos um SS dizer a outro que já não podiam atirar. Decidimos fugir do grupo e seguir sozinhas. Escondemo-nos atrás de árvores ou arbustos, uma de cada vez, quando o grupo passou por uma floresta. Esperámos algum tempo, até nos parecer que estávamos em segurança. Não havia nenhum SS à vista. Tirámos as roupas de prisioneiro e deitamo-las fora. Juntámo-nos às muitas pessoas de Berlim e arredores que estavam na estrada, com malas, em fuga, do exército vermelho. Não sabíamos para onde iam. Quando chegámos a uma aldeia, um agricultor deixou-nos dormir no seu celeiro. Não dizíamos a ninguém que vínhamos dos campos de concentração, tínhamos demasiado medo. A guerra ainda não tinha terminado, as SS ainda lutavam. No dia seguinte, o agricultor acordou-nos e disse-nos “Se forem para a esquerda, encontram os americanos. Se forem para a direita, encontram os russos”. Mas não tivemos de tomar nenhuma decisão, porque nesse momento apareceram dois tanques americanos. Mostrámos aos soldados os números tatuados no braço. Os soldados içaram-nos para os tanques e levaram-nos para Lübz, onde nos convidaram para ir a um restaurante. Eu e uma amiga minha sabíamos inglês e contámos o que tínhamos vivido – inclusivamente sobre a orquestra de raparigas de Auschwitz. Daí a pouco entrou um soldado com um acordeão e disse que era altura de cantar. A seguir ouvimos uma grande barulheira na rua: soldados do Exército Vermelho tinham entrado na aldeia e anunciavam que o Hitler estava morto e a guerra tinha terminado. Os soldados americanos e russos festejaram juntos e queimaram uma grande fotografia do Hitler, enquanto eu tocava acordeão. Foi fantástico.»
Depois do seu extraordinário testemunho, Esther respondeu ainda a várias questões colocadas pelo público estudantil presente, tendo o grupo tido a oportunidade de colocar apenas uma questão: «Auschwitz mudou a forma como acredita em Deus?» Esther, como relatou a aluna Mariana Almeida, explicou que «nem sequer vinha de uma família ortodoxa, ou seja, não era muito religiosa, o que é irónico tendo em conta que era o facto de ser judia a razão pela qual foi presa! Referiu também que depois da trágica experiência que viveu deixou de acreditar em Deus», o que na opinião da aluna «é compreensível». Já o Lourenço considerou aquela «resposta bastante interessante, visto que […] achava que Esther ia responder exatamente o oposto, uma vez que tinha sobrevivido poderia ainda mais confiar em Deus».
No final deste período de questões, o grupo foi ainda alegremente surpreendido pela notícia de que Esther iria dar um breve concerto em conjunto com o seu grupo de música 'Microphone Mafia'. Como refere o Lourenço, «uma das canções interpretadas pelo grupo foi Du hast Glück bei den Frauen Bel Ami, uma música popular no tempo da guerra e também a música que Esther tocou nos testes para entrar na Orquestra Feminina de Auschwitz. Quando soube disto admirei ainda mais a coragem e a força de Esther, porque estava a tocar uma música que provavelmente lhe trazia memórias terríveis e, portanto, muito sofrimento» e estava ali a cantá-la com grande alegria. De facto, Esther Bejarano dedica a sua vida a manter viva a memória do Holocausto. Com 95 anos continua em digressão, especialmente pelas escolas alemãs, tendo em 2019 dado cerca de 150 palestras/concertos.
No final, o grupo teve, ainda, a oportunidade de se encontrar brevemente com Esther no palco. Como referem vários alunos, «fomos entregar-lhe o nosso presente, um ramo de rosas e uma espécie de acordeão, que tinha sido elaborado com muito esforço» e que «que ilustrava vários episódios marcantes da sua vida. Esse foi sem dúvida o momento mais emocionante do dia». «Podíamos ver a emoção nos olhos de todos. As lágrimas de muitos olhos caíram quando ela disse: "Don't forget. No to war" ('Não se esqueçam. Não à guerra'). Disse-o numa voz muito querida e calma», pelo que a professora responsável pelo Projeto sentiu necessidade de lhe dizer «Dear Esther, you don’t believe in God, but you believe in good» («Querida Esther, não acredita em Deus, mas acredita no bem»), ao não estaria ali, naquela sala, a falar com centenas de alunos portugueses pedindo-lhes que eles não esqueçam e digam não à guerra. Como escreveu, ainda, a Mariana, «naquele momento todos nós percebemos que era nossa obrigação para com toda a gente que sofreu com o Holocausto, para com Esther e com nós mesmos fazer tudo o que está ao nosso alcance para não esquecer e para não deixar outra guerra assim acontecer!» Ou como salientou o Lourenço, «no final do dia apercebi-me que somos nós, os jovens, que temos o poder de impedir que isto aconteça outra vez» ou como refletiu a Maria Teixeira, do 9.º C, que deve lutar contra «o crescimento da extrema direita no mundo e contra o racismo». Como referiram todos, «não nos vamos esquecer nunca».
Sandra Costa e os alunos do Projeto N.O.M.E.S. (Afonso Teixeira, Lourenço Pacheco, Maria João Pereira, Maria Teixeira, Mariana Almeida, Renata Ferreira, Tomás Biscaia e Tomás Miranda do 9.º C e Teresa Cunha do 9.º D)
O sacrifício de tão cedo se terem levantado, pouco depois das quatro da manhã, nem sequer foi sentido pelos alunos, «tanto era o entusiasmo» como refere a Mariana Almeida, do 9.º C. O grupo viajou de comboio, tendo partido de Campanhã às 05:40 e «durante a viagem acabamos de preparar e traduzir as perguntas que íamos fazer a Esther e, também, conversámos sobre diversos assuntos», testemunha o Lourenço Pacheco, do 9.º C.
Chegado à Escola Alemã, o grupo foi recebido por Rita Dantas, elemento do Departamento de Comunicação desta instituição de ensino, e a principal responsável por ali nos encontrarmos. Rita foi de uma simpatia extrema e uma excelente anfitriã, tendo acompanhado sempre o grupo, apresentando os diversos espaços da Escola e «esclarecendo todas as nossas dúvidas acerca do funcionamento da mesma», como descreveu a Maria João Pereira, também do 9.º C.
Chegadas as 10:00, o grupo foi conduzido ao grande auditório da Escola e só então percebeu que iria ter o privilégio de assistir a praticamente todo o espetáculo que havia sido dado na noite anterior naquele mesmo espaço. Primeiro visionou, com a tradução sempre atenta de Rita Dantas, o espetáculo de circo “Circo.Liberdade. Gleichschaltung”, do Circo CiNS, baseado na história de Irene Bento, uma artista de circo judia, que foi perseguida pelos nazis, tendo sido proibida de trabalhar. Irene esteve escondida num circo ariano durante todo o período nazi, escapando assim à deportação e sobrevivendo com parte da sua família. Como escreveu a Mariana, já este espetáculo «deu a entender que a perseguição aos judeus foi um processo gradual», referindo a aluna que começou a questionar-se «como é que tanta gente, ao ver as medidas cada vez mais extremas serem tomadas consentiu com o processo ou preferiu fingir que nada estava a acontecer!»
Entretanto este espetáculo terminou e Esther Bejarano chegou ao palco, tendo sido «recebida com uma grande e merecida salva de palmas» como refere a Teresa Cunha, do 9.º D, acrescentando o Lourenço, que afinal, «não é para qualquer um viajar pelo mundo a espalhar a sua experiência com 95 anos!» Esther leu o seu testemunho, contou a sua história, em alemão, e, mais uma vez graças a Rita Dantas, o grupo tudo pôde acompanhar pois já tinha recebido a tradução do texto no telemóvel. Como descreve o Tomás Miranda, do 9.º C, a presença de Esther em palco «impunha respeito e ao mesmo tempo era aconchegadora» e à medida que ela ia dando o seu testemunho o grupo foi-se emocionando, ficando «com a lágrima no canto do olho», confessou o Tomás.
E quem é aquela mulher tão franzina em cima do palco? Que história estava ela ali a contar? Esther Bejarano é uma sobrevivente de Auschwitz. Foi membro da sua Orquestra Feminina, para onde entrou fingindo saber tocar acordeão (sabia tocar piano, mas não havia pianos em Auschwitz). Esther Bejarano explicou que sobreviveu a Auschwitz devido à música, para onde foi deportada em 1943 e onde passou 7 meses. Na Orquestra e devido a várias doenças que contraiu foi sempre salva pela música, tendo chegado a tocar flauta, quando após um internamento foi substituída por uma célebre acordeonista e, depois de ter desenvolvido tosse convulsa, a chefe de orquestra lhe ter dado a oportunidade de ela aprender a tocar guitarra para não ter que abandonar as melhores condições que usufruíam as prisioneiras que pertenciam a este conjunto musical.
Por ser considerada "mestiça" (tinha uma avó cristã), Esther teve a possibilidade de se inscrever num envio de prisioneiras para o campo de Ravensbrück. Hesitou por não querer abandonar as suas amigas da Orquestra, mas foram estas que a convenceram a ir, pois em Auschwitz nunca ninguém estaria a salvo, mesmo pertencendo à Orquestra, e a probabilidade de ela sobreviver noutro campo e contar a história daquelas mulheres seria muito maior. No final da guerra, Esther foi obrigada, ainda, a participar numa marcha da morte e descreve assim o momento da sua libertação: «estávamos numa marcha da morte, em Mecklenburg, eu e sete mulheres que também tinham vindo de Auschwitz para Ravensbrück. Não sabíamos para onde nos levavam e ao fim de cinco dias de marcha, ouvimos um SS dizer a outro que já não podiam atirar. Decidimos fugir do grupo e seguir sozinhas. Escondemo-nos atrás de árvores ou arbustos, uma de cada vez, quando o grupo passou por uma floresta. Esperámos algum tempo, até nos parecer que estávamos em segurança. Não havia nenhum SS à vista. Tirámos as roupas de prisioneiro e deitamo-las fora. Juntámo-nos às muitas pessoas de Berlim e arredores que estavam na estrada, com malas, em fuga, do exército vermelho. Não sabíamos para onde iam. Quando chegámos a uma aldeia, um agricultor deixou-nos dormir no seu celeiro. Não dizíamos a ninguém que vínhamos dos campos de concentração, tínhamos demasiado medo. A guerra ainda não tinha terminado, as SS ainda lutavam. No dia seguinte, o agricultor acordou-nos e disse-nos “Se forem para a esquerda, encontram os americanos. Se forem para a direita, encontram os russos”. Mas não tivemos de tomar nenhuma decisão, porque nesse momento apareceram dois tanques americanos. Mostrámos aos soldados os números tatuados no braço. Os soldados içaram-nos para os tanques e levaram-nos para Lübz, onde nos convidaram para ir a um restaurante. Eu e uma amiga minha sabíamos inglês e contámos o que tínhamos vivido – inclusivamente sobre a orquestra de raparigas de Auschwitz. Daí a pouco entrou um soldado com um acordeão e disse que era altura de cantar. A seguir ouvimos uma grande barulheira na rua: soldados do Exército Vermelho tinham entrado na aldeia e anunciavam que o Hitler estava morto e a guerra tinha terminado. Os soldados americanos e russos festejaram juntos e queimaram uma grande fotografia do Hitler, enquanto eu tocava acordeão. Foi fantástico.»
Depois do seu extraordinário testemunho, Esther respondeu ainda a várias questões colocadas pelo público estudantil presente, tendo o grupo tido a oportunidade de colocar apenas uma questão: «Auschwitz mudou a forma como acredita em Deus?» Esther, como relatou a aluna Mariana Almeida, explicou que «nem sequer vinha de uma família ortodoxa, ou seja, não era muito religiosa, o que é irónico tendo em conta que era o facto de ser judia a razão pela qual foi presa! Referiu também que depois da trágica experiência que viveu deixou de acreditar em Deus», o que na opinião da aluna «é compreensível». Já o Lourenço considerou aquela «resposta bastante interessante, visto que […] achava que Esther ia responder exatamente o oposto, uma vez que tinha sobrevivido poderia ainda mais confiar em Deus».
No final deste período de questões, o grupo foi ainda alegremente surpreendido pela notícia de que Esther iria dar um breve concerto em conjunto com o seu grupo de música 'Microphone Mafia'. Como refere o Lourenço, «uma das canções interpretadas pelo grupo foi Du hast Glück bei den Frauen Bel Ami, uma música popular no tempo da guerra e também a música que Esther tocou nos testes para entrar na Orquestra Feminina de Auschwitz. Quando soube disto admirei ainda mais a coragem e a força de Esther, porque estava a tocar uma música que provavelmente lhe trazia memórias terríveis e, portanto, muito sofrimento» e estava ali a cantá-la com grande alegria. De facto, Esther Bejarano dedica a sua vida a manter viva a memória do Holocausto. Com 95 anos continua em digressão, especialmente pelas escolas alemãs, tendo em 2019 dado cerca de 150 palestras/concertos.
No final, o grupo teve, ainda, a oportunidade de se encontrar brevemente com Esther no palco. Como referem vários alunos, «fomos entregar-lhe o nosso presente, um ramo de rosas e uma espécie de acordeão, que tinha sido elaborado com muito esforço» e que «que ilustrava vários episódios marcantes da sua vida. Esse foi sem dúvida o momento mais emocionante do dia». «Podíamos ver a emoção nos olhos de todos. As lágrimas de muitos olhos caíram quando ela disse: "Don't forget. No to war" ('Não se esqueçam. Não à guerra'). Disse-o numa voz muito querida e calma», pelo que a professora responsável pelo Projeto sentiu necessidade de lhe dizer «Dear Esther, you don’t believe in God, but you believe in good» («Querida Esther, não acredita em Deus, mas acredita no bem»), ao não estaria ali, naquela sala, a falar com centenas de alunos portugueses pedindo-lhes que eles não esqueçam e digam não à guerra. Como escreveu, ainda, a Mariana, «naquele momento todos nós percebemos que era nossa obrigação para com toda a gente que sofreu com o Holocausto, para com Esther e com nós mesmos fazer tudo o que está ao nosso alcance para não esquecer e para não deixar outra guerra assim acontecer!» Ou como salientou o Lourenço, «no final do dia apercebi-me que somos nós, os jovens, que temos o poder de impedir que isto aconteça outra vez» ou como refletiu a Maria Teixeira, do 9.º C, que deve lutar contra «o crescimento da extrema direita no mundo e contra o racismo». Como referiram todos, «não nos vamos esquecer nunca».
Sandra Costa e os alunos do Projeto N.O.M.E.S. (Afonso Teixeira, Lourenço Pacheco, Maria João Pereira, Maria Teixeira, Mariana Almeida, Renata Ferreira, Tomás Biscaia e Tomás Miranda do 9.º C e Teresa Cunha do 9.º D)