Evocação do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto
27 de janeiro de 2022
As três faces do Holocausto
No passado dia 27 de janeiro, os 77 anos da libertação do campo de Auschwitz-Birkenau foram assinalados na Escola Secundária da Maia com um trabalho realizado pelos alunos do projeto N.O.M.E.S. (Nomes e Olhares para a Memória e o Ensino da Shoá), dinamizado pela professora Sandra Costa. O vídeo “As três faces do Holocausto” foi apresentado à grande maioria das turmas da escola, tanto do terceiro ciclo como do secundário, que puderam, assim, aprender e refletir sobre a temática.
A resposta à pergunta “como evocaremos este ano o 27 de janeiro?” surgiu pouco depois de termos definido o tema a desenvolver no projeto no corrente ano letivo: os perpetradores do Holocausto. Já que o tema tem em si a análise do “outro lado” da História, porque não apresentar o mesmo evento através de três perspetivas diferentes? Definimos como modelo de trabalho a realização de um vídeo, em que cada um dos seis alunos pertencentes ao projeto adotaria a identidade de alguém ligado ao Holocausto, recriando duas histórias na visão de uma vítima, de um perpetrador e de um justo entre as nações. Partimos, então, para a pesquisa.
A primeira história foi relativamente fácil de escolher, pois envolveu alguém já conhecido de quem faz parte do projeto: Primo Levi. Sabíamos, ainda, de Lorenzo Perrone, que ajudou Levi nos seus tempos em Auschwitz, e chegamos ao perpetrador Ferdinand Meyer por ter sido o diretor do laboratório químico da I.G. Farben no campo, local onde Primo Levi foi obrigado a trabalhar.
A segunda história foi um pouco mais desafiante. Sem muitas referências sobre por onde começar, visitamos o banco de dados dos «Justos entre as Nações», no site do Yad Vashem, e uma história chamou-nos a atenção: a de Sigurd Larsen, que ajudou o seu amigo Joachim Marcuse a escapar de um campo de trabalhos forçados escondido num carregamento de mobílias. Devido à pouca informação sobre o campo onde Marcuse se encontrava e após muitas tentativas de consulta de informação, acabamos por ter de nos resignar a incluir um perpetrador desconhecido nesta história, já que não conseguimos encontrar nenhum nome que nos pudesse fornecer mais dados. É algo para que temos de estar sempre preparados: os espaços em branco.
Juntamos toda a informação num guião para que se conhecesse um pouco sobre a vida antes, durante e após a Guerra de cada “personagem” e partimos para as filmagens, que foram todas feitas dentro da escola: de flores, pássaros, paisagens, árvores e alguma arquitetura. Cada aluno gravou um áudio com o texto da sua personalidade e o vídeo foi editado.
No dia 27 de janeiro, fomos às salas de quarenta turmas da escola apresentar o nosso vídeo como forma de evocar o dia. A todos foi também enviado o vídeo para que o pudessem ver ou rever. Para os alunos mais novos foi uma forma de aprendizagem: muitos não sabiam bem o que tinha sido o Holocausto, mas mostraram-se curiosos para ouvir. Para os mais velhos foi um ato de relembrança, o que, pelas respostas que recebemos, foi sem dúvida uma missão bem-sucedida.
Inês d’Alte, aluna do Curso de Ciências Socioeconómicas da Escola Secundária da Maia e participante no Projeto N.O.M.E.S, nos 9.º e 11.º anos
No passado dia 27 de janeiro, os 77 anos da libertação do campo de Auschwitz-Birkenau foram assinalados na Escola Secundária da Maia com um trabalho realizado pelos alunos do projeto N.O.M.E.S. (Nomes e Olhares para a Memória e o Ensino da Shoá), dinamizado pela professora Sandra Costa. O vídeo “As três faces do Holocausto” foi apresentado à grande maioria das turmas da escola, tanto do terceiro ciclo como do secundário, que puderam, assim, aprender e refletir sobre a temática.
A resposta à pergunta “como evocaremos este ano o 27 de janeiro?” surgiu pouco depois de termos definido o tema a desenvolver no projeto no corrente ano letivo: os perpetradores do Holocausto. Já que o tema tem em si a análise do “outro lado” da História, porque não apresentar o mesmo evento através de três perspetivas diferentes? Definimos como modelo de trabalho a realização de um vídeo, em que cada um dos seis alunos pertencentes ao projeto adotaria a identidade de alguém ligado ao Holocausto, recriando duas histórias na visão de uma vítima, de um perpetrador e de um justo entre as nações. Partimos, então, para a pesquisa.
A primeira história foi relativamente fácil de escolher, pois envolveu alguém já conhecido de quem faz parte do projeto: Primo Levi. Sabíamos, ainda, de Lorenzo Perrone, que ajudou Levi nos seus tempos em Auschwitz, e chegamos ao perpetrador Ferdinand Meyer por ter sido o diretor do laboratório químico da I.G. Farben no campo, local onde Primo Levi foi obrigado a trabalhar.
A segunda história foi um pouco mais desafiante. Sem muitas referências sobre por onde começar, visitamos o banco de dados dos «Justos entre as Nações», no site do Yad Vashem, e uma história chamou-nos a atenção: a de Sigurd Larsen, que ajudou o seu amigo Joachim Marcuse a escapar de um campo de trabalhos forçados escondido num carregamento de mobílias. Devido à pouca informação sobre o campo onde Marcuse se encontrava e após muitas tentativas de consulta de informação, acabamos por ter de nos resignar a incluir um perpetrador desconhecido nesta história, já que não conseguimos encontrar nenhum nome que nos pudesse fornecer mais dados. É algo para que temos de estar sempre preparados: os espaços em branco.
Juntamos toda a informação num guião para que se conhecesse um pouco sobre a vida antes, durante e após a Guerra de cada “personagem” e partimos para as filmagens, que foram todas feitas dentro da escola: de flores, pássaros, paisagens, árvores e alguma arquitetura. Cada aluno gravou um áudio com o texto da sua personalidade e o vídeo foi editado.
No dia 27 de janeiro, fomos às salas de quarenta turmas da escola apresentar o nosso vídeo como forma de evocar o dia. A todos foi também enviado o vídeo para que o pudessem ver ou rever. Para os alunos mais novos foi uma forma de aprendizagem: muitos não sabiam bem o que tinha sido o Holocausto, mas mostraram-se curiosos para ouvir. Para os mais velhos foi um ato de relembrança, o que, pelas respostas que recebemos, foi sem dúvida uma missão bem-sucedida.
Inês d’Alte, aluna do Curso de Ciências Socioeconómicas da Escola Secundária da Maia e participante no Projeto N.O.M.E.S, nos 9.º e 11.º anos