Edição 2019/2020
Criado em setembro de 2008, na Escola Secundária de Vilela, atual Agrupamento de Escolas de Vilela (Paredes), o Projeto N.O.M.E.S. (Nomes e Olhares para a Memória e o Ensino da Shoá), como a sua denominação sugere, foi concebido tendo por base a filosofia educativa da Escola Internacional para o Estudo do Holocausto, integrada no Yad Vashem, cuja prioridade é a personificação das vítimas: dar um rosto, um nome e uma história a cada uma delas.
Tendo o projeto terminado, no final do ano letivo 2016/2017, após a afetação da docente responsável pelo mesmo ao Agrupamento de Escolas da Maia, a sua pertinência e importância, nestes dias de «céus sombrios», nas palavras de Paul Célan[1], em que «vivemos uma inquietante vaga de rasura da memória projetada a partir do apagamento, da reescrita e da trivialização de episódios da história»[2], como tão bem evocou o historiador Rui Bebiano, continua atual e premente, não só pensando no passado, mas principalmente tendo como foco a responsabilidade do presente e o seu (nosso) impacto no futuro.
Assim sendo, julgou-se ser este o momento oportuno para dar continuidade a este Projeto, numa outra Escola mas com a mesma designação (com a devida autorização da Direção da Escola anterior) e a mesma metodologia, recordando que no cerne deste projeto sobre a memória e o ensino do Holocausto continuará a estar, pois, uma atitude reflexiva e crítica; uma metodologia de trabalho de projeto geradora de empatias, sem julgamentos; um esforço pela clarificação de conceitos e a contextualização histórica e a perceção de que o Holocausto não é apenas um tema judaico mas uma preocupação universal (o racismo, o negacionismo, a xenofobia, a intolerância são temas atuais, não são compatíveis com a democracia e colocam-na em perigo) – para que não o esqueçam as gerações futuras e a História não se repita.
Sendo um projeto vocacionado para a promoção da memória, da reflexão, do espírito crítico e do respeito pela diferença, o Projeto N.O.M.E.S. adequa-se, por completo, à missão «formar cidadãos, desde crianças até adultos, num clima de ordem, verdade e qualidade favoráveis ao desenvolvimento elevado do currículo» do Projeto Educativo do Agrupamento de Escolas da Maia, procurando responder às linhas orientadoras, aos objetivos centrais e estratégicos e metas deste documento estruturante, através dos seus objetivos gerais.
Nesta 10.ª edição do Projeto, para além do empréstimo das exposições realizadas nos anos anteriores a várias escolas, da evocação do «Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto», da dinamização de duas atividades interdisciplinares (envolvendo a Literatura e as Artes Visuais) e da dinamização das redes sociais do Projeto, enveredou-se pela temática da Arte, Cultura, Nazismo e Holocausto, numa perspetiva, essencialmente, de trabalho extracurricular do aluno, procurando-se pesquisar de que forma a música, a literatura, a pintura, todas as artes e todas as formas de cultura, e os homens e as mulheres que as protagonizaram, foram afetados pela ascensão do Nazismo, a eclosão da II Guerra Mundial e a perpetração do Holocausto. E como foi possível voltar a todas estas formas de arte e cultura, após Auschwitz.
Assim, depois de uma contextualização histórica e metodológica inicial propiciadora de momentos de reflexão crítica, através de sessões de formação aos alunos do 9.º ano que frequentaram o Projeto em horário extracurricular, os alunos realizaram, em trabalho de grupo, dois projetos relacionados com a Música e o Holocausto:
A. «A música nos campos de extermínio: o exemplo da Orquestra Feminina de Auschwitz [Alma Rosé e Esther Béjarano]»
b. «Terezín e a grande mentira de Hitler: as crianças da ópera Brundibar» [Handa Pollak e Michael Grunbaum]
O objetivo era contextualizar os dois temas e recontar a história de vida de várias pessoas que passaram por estas duas experiências, através de pesquisas bibliográficas e online, consulta de arquivos e bases de dados e, se possível, o contacto com alguns sobreviventes, mas devido ao cancelamento do ensino presencial, foi muito difícil retomar e finalizar as atividades do Projeto. Assim, com os alunos que permaneceram até ao final do ano letivo, concentrou-se esta reconstituição em apenas quatro personagens, tendo sido possível um encontro real com a alemã Esther Béjarano, em Lisboa, e uma entrevista eletrónica muito completa a Handa Pollak (Drori), residente em Israel. Não tendo sido possível concretizar uma exposição final a ser apresentada à comunidade educativa, o resultado destes Projetos será disponibilizado online, na forma de uma exposição virtual, num website.
[1] CELAN, Paul, "Arte Poética - O Meridiano e outros textos", Edições Cotovia, 1996.
[2] https://www.publico.pt/2019/07/04/culturaipsilon/opiniao/rasura-memoria-democracia-1878401
Consulte a planificação do Projeto, Ano 10 aqui.
Consulte todas as atividades do Projeto, Ano 10, nos correspondentes submenus.
Consulte o relatório final do Projeto, Ano 10 aqui.
Tendo o projeto terminado, no final do ano letivo 2016/2017, após a afetação da docente responsável pelo mesmo ao Agrupamento de Escolas da Maia, a sua pertinência e importância, nestes dias de «céus sombrios», nas palavras de Paul Célan[1], em que «vivemos uma inquietante vaga de rasura da memória projetada a partir do apagamento, da reescrita e da trivialização de episódios da história»[2], como tão bem evocou o historiador Rui Bebiano, continua atual e premente, não só pensando no passado, mas principalmente tendo como foco a responsabilidade do presente e o seu (nosso) impacto no futuro.
Assim sendo, julgou-se ser este o momento oportuno para dar continuidade a este Projeto, numa outra Escola mas com a mesma designação (com a devida autorização da Direção da Escola anterior) e a mesma metodologia, recordando que no cerne deste projeto sobre a memória e o ensino do Holocausto continuará a estar, pois, uma atitude reflexiva e crítica; uma metodologia de trabalho de projeto geradora de empatias, sem julgamentos; um esforço pela clarificação de conceitos e a contextualização histórica e a perceção de que o Holocausto não é apenas um tema judaico mas uma preocupação universal (o racismo, o negacionismo, a xenofobia, a intolerância são temas atuais, não são compatíveis com a democracia e colocam-na em perigo) – para que não o esqueçam as gerações futuras e a História não se repita.
Sendo um projeto vocacionado para a promoção da memória, da reflexão, do espírito crítico e do respeito pela diferença, o Projeto N.O.M.E.S. adequa-se, por completo, à missão «formar cidadãos, desde crianças até adultos, num clima de ordem, verdade e qualidade favoráveis ao desenvolvimento elevado do currículo» do Projeto Educativo do Agrupamento de Escolas da Maia, procurando responder às linhas orientadoras, aos objetivos centrais e estratégicos e metas deste documento estruturante, através dos seus objetivos gerais.
Nesta 10.ª edição do Projeto, para além do empréstimo das exposições realizadas nos anos anteriores a várias escolas, da evocação do «Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto», da dinamização de duas atividades interdisciplinares (envolvendo a Literatura e as Artes Visuais) e da dinamização das redes sociais do Projeto, enveredou-se pela temática da Arte, Cultura, Nazismo e Holocausto, numa perspetiva, essencialmente, de trabalho extracurricular do aluno, procurando-se pesquisar de que forma a música, a literatura, a pintura, todas as artes e todas as formas de cultura, e os homens e as mulheres que as protagonizaram, foram afetados pela ascensão do Nazismo, a eclosão da II Guerra Mundial e a perpetração do Holocausto. E como foi possível voltar a todas estas formas de arte e cultura, após Auschwitz.
Assim, depois de uma contextualização histórica e metodológica inicial propiciadora de momentos de reflexão crítica, através de sessões de formação aos alunos do 9.º ano que frequentaram o Projeto em horário extracurricular, os alunos realizaram, em trabalho de grupo, dois projetos relacionados com a Música e o Holocausto:
A. «A música nos campos de extermínio: o exemplo da Orquestra Feminina de Auschwitz [Alma Rosé e Esther Béjarano]»
b. «Terezín e a grande mentira de Hitler: as crianças da ópera Brundibar» [Handa Pollak e Michael Grunbaum]
O objetivo era contextualizar os dois temas e recontar a história de vida de várias pessoas que passaram por estas duas experiências, através de pesquisas bibliográficas e online, consulta de arquivos e bases de dados e, se possível, o contacto com alguns sobreviventes, mas devido ao cancelamento do ensino presencial, foi muito difícil retomar e finalizar as atividades do Projeto. Assim, com os alunos que permaneceram até ao final do ano letivo, concentrou-se esta reconstituição em apenas quatro personagens, tendo sido possível um encontro real com a alemã Esther Béjarano, em Lisboa, e uma entrevista eletrónica muito completa a Handa Pollak (Drori), residente em Israel. Não tendo sido possível concretizar uma exposição final a ser apresentada à comunidade educativa, o resultado destes Projetos será disponibilizado online, na forma de uma exposição virtual, num website.
[1] CELAN, Paul, "Arte Poética - O Meridiano e outros textos", Edições Cotovia, 1996.
[2] https://www.publico.pt/2019/07/04/culturaipsilon/opiniao/rasura-memoria-democracia-1878401
Consulte a planificação do Projeto, Ano 10 aqui.
Consulte todas as atividades do Projeto, Ano 10, nos correspondentes submenus.
Consulte o relatório final do Projeto, Ano 10 aqui.