Concurso de Escrita Criativa «Nas mãos de uma criança» | 3.º Ciclo - ESM
1.º PrémioO rosto da esperança
O tema «Nas mãos de uma criança…» associa-se ao facto de «o futuro ser das crianças» pois são elas as gerações futuras que conseguirão lutar pela paz. Em consequência de violentas guerras, conflitos, desrespeito pela vida humana ou más condições de vida, milhares de pessoas veem-se obrigadas a fugir para outros locais onde possam estar em segurança ou viver de uma forma melhor. Durante a fuga, os refugiados enfrentam imensos e intensos desafios, os quais são responsáveis pela morte de muitos deles, os outros temem a realidade de não serem acolhidos noutros países. Segurança e um conforto mínimo, longe ou fora do ambiente de guerra e conflitos que tornam a própria vida numa luta pela sobrevivência determinam as pessoas a abandonar os seus lares e mergulhar num mar de incertezas e desconhecimento, em busca de um sonho: a felicidade de viver numa sociedade em paz. Em condições de guerra ou conflitos, as crianças são a faixa etária que sofre mais as consequências destes confrontos. Esta menina é apenas uma das muitas crianças que vivem e sentem a dor destes tempos de sofrimento. Em virtude de grandes dificuldades e vicissitudes vivenciadas, destaca-se o seu olhar brilhante e o seu sorriso esperançoso num mundo melhor, de paz e união. O seu rosto é o testemunho dos dias de luta e sofrimento vivenciado não por escolha, mas sim pelo simples facto de ter nascido num país que está em guerra ou outros tipos de conflitos civis e armados. Estando ou não com a sua família, a menina sente o conforto da companhia do seu peluche que para ela aparenta ser um bem precioso, um mimo, uma força que alimenta a sua fé e esperança num mundo e um futuro melhor. Imaginamos os campos de refugiados como uma “salvação” para os migrantes, um lugar seguro, mas a realidade prova o contrário. As condições são, por vezes, desumanas em áreas sobrelotadas, sem condições de higiene, insalubres e que tornam estes locais uma luta, “um outro campo de batalha” pela sobrevivência, à espera que algo de melhor aconteça. O rosto desta menina diz-nos que o mundo não pode ignorar e tolerar a existência destas situações, sendo dever de cada nação que vive em paz, de acolher e apoiar em condições humanas os seres que procuram um abrigo. Enquanto prevalecer nas sociedades os critérios socioeconómicos focados em quantificar números e valores atribuídos aos apoios e ações a tomar, existirão sempre muitos rostos que sofrem e esperam ajuda, com uma fé inabalável. Os refugiados devem ser mais apoiados por todos nós! Em vez de gastarmos forças, meios e vidas humanas em guerras, confrontos sociais, religiosos, políticos, devemos concentrar-nos no dever de ajudar quem precisa. Quando as decisões políticas ou os órgãos estatais não têm capacidade de resposta para abrigar a grande procura, é o dever cívico e moral de cada um de nós, da sociedade civil, de mobilizar-se e acionar para apoiar estas estruturas onde muitas pessoas esperam ajuda. Devemos ter consciência que hoje são eles, amanhã poderemos ser nós. Não à ignorância, mas sim à ação! Inês Machado, 8D |
2.º PrémioSonhar com o fim de um pesadelo!
Atualmente, há sempre um motivo para nos queixarmos e para as crianças, é muito fácil arranjar um… Queixam-se por terem muitos trabalhos de casa, ou por causa dos sapatos apertarem, por exemplo! Mas em vez de reclamar com coisas insignificantes, deviam estar agradecidas, por terem sapatos para calçar, roupa para vestir, comida na mesa, formas de aprender e, sobretudo, ter um teto para viver. E, ainda por cima, pensam sempre que são as pessoas mais infelizes! E esse é o problema de muitas crianças. O problema de terem uma visão de tudo o que as rodeia muito diferente da realidade, de pensarem que a vida é feita de contos de fadas e princesas… E isso, isso é o verdadeiro dilema, mas elas não têm culpa, porque nunca conheceram outra realidade para além da sua… Mas, infelizmente, essa outra realidade existe! Para além desta vida perfeita, para lá do brilho do sol, existe uma vida de escuridão, onde muitas crianças vivem sem carinho, sem amor, sem nada! Vivem na insegurança e à mercê dos medos! Vivem em condições desumanas e inimagináveis, para nós, que temos tudo e a quem nunca faltou nada! Estas crianças dariam tudo, tudo o que têm, para trocar o pesadelo em que vivem por um papel e lápis! Para aprenderem, para viverem! Mas que podem elas fazer?! Para onde haveriam de ir?! Sair da barraca onde vivem, no campo de refugiados a que chamam lar, e arriscar-se a perder tudo o que têm, e atravessar um ambiente de guerra…? Este ambiente que é para nós desconhecido e parece que só vemos nos filmes, mas existe! E não fica muito longe assim, não fica noutra galáxia, nem noutro planeta! No campo de refugiados de Moria, localizado na ilha grega de Lesbos, é possível ver toda esta miséria, e muito mais! Lá, as crianças esperam, ansiosas, para que o pesadelo acabe, e que comece o tal sonho de uma vida perfeita, como aquelas que nós temos… O medo e a solidão atormentam estas crianças de tal forma que nem conseguem dormir, nem sonhar! E, para elas, a única esperança somos nós, a esperança de lhes podermos dar uma vida melhor! E, neste momento, e depois de compararmos a nossa vida com a de muitas outras pessoas, vemos que devemos valorizar aquilo que temos e que não temos nenhum motivo para nos queixarmos…. Isabel Soares Oliveira, 8ºA |