Edição 2010/2011
Depois de duas edições extremamente profícuas, onde os trabalhos dos alunos, principalmente os que resultaram dos projetos desenvolvidos na área curricular não disciplinar de Área de Projeto de 12.º Ano, por diversas vezes permitiram que toda a Escola se envolvesse em prol da importância da memória do Holocausto, do respeito pela diferença e do espírito crítico, desejou-se, no ano letivo 2010/2011, levar os alunos, que neste ano se envolveram no projeto, mais longe, metafórica e literalmente.
A intenção era, depois de meses de leituras, de pesquisa, de reflexão, de trabalho e de crítica, em Área de Projeto, possivelmente depois de meses de intercâmbio virtual com os alunos do Liceum Ogólnokształcące im. B. Nowodworskiego de Cracóvia, levar os alunos das turmas 12.º D e 12.º E, a Auschwitz, na Polónia, e fazê-los passar sob a inscrição “Arbeit mach Frei” em direcção aos Blocos de Auschwitz I e debaixo da torre da entrada de Birkenau e tentar que absorvessem o inimaginável que ali aconteceu. O projeto deste ano foi, pois, sustentado sobre esta intenção, mesmo que as circunstâncias e as condições necessárias à sua realização não venham a permitir que esta intenção se concretize em realidade. Se literalmente não conseguirmos entrar em Auschwitz, metaforicamente será nosso objectivo conhecer, lembrar e fazer lembrar este lugar onde foram cavados túmulos nos ares (excerto do poema “Fuga da Morte” de Paul Celan).
Auschwitz funcionou como um ponto de partida mais do que como ponto de chegada; foi o elemento unificador de todo o projeto, quer enquanto rigoroso percurso de pesquisa histórica (O Contexto Histórico e O Campo) quer enquanto espaço mobilizador de reflexão e memória; foi o pretexto, como um dos exemplos mais significativos do universo concentracionários dos Lagers nazis, para se conhecer as vítimas, os perpetradores, os observadores passivos e os Justos entre as Nações e todos os dilemas morais que uns sentem e outros ignoram (As Vítimas, Os Dilemas e A Memória).
Finalmente, Auschwitz foi o mote para a questão essencial que todos se devem colocar quando se debruçam sobre estas temáticas: que teria feito eu, que teriam feito vocês, perante a alternativa de ajudar ou correr risco de vida? Quando a norma foi aceitar um processo de discriminação baseado na lei; a norma foi delirar com os discursos dos chefes e a imponência dos comícios e dos desfiles; a norma foi, civilizadamente, assistir às deportações que se desenrolavam de uma forma ordeira e meticulosa; a norma foi ocupar as casas e ficar com os bens dos que tinham sido obrigados a emigrar ou dos que foram deportados, quando muito por uma bagatela simbólica em nome da lei; ou a norma foi fingir que nada de importante acontecia até porque nunca se ficou com a casa de ninguém, nunca se chamou parasita ao antigo vizinho judeu, não se é do Partido nem nunca sequer se leu o «Mein Kampf» do Führer e perante o que me podia acontecer e à minha família… Que teria feito eu, que teriam feito vocês, perante a alternativa de ajudar ou correr risco de vida?
Apesar de não ter sido possível concretizar a visita de estudo a Auschwitz (a equipa responsável pelo Projeto tomou a decisão, no início de Janeiro, de desistir da mesma, dado que todos os contactos estabelecidos para a angariação do financiamento necessário para a realização da visita foram infrutíferos), todas as restantes atividades planeadas foram concretizadas, a saber:
Consulte a planificação do Projeto, Ano 3 aqui.
Consulte o relatório final do Projeto, Ano 3 aqui.
A intenção era, depois de meses de leituras, de pesquisa, de reflexão, de trabalho e de crítica, em Área de Projeto, possivelmente depois de meses de intercâmbio virtual com os alunos do Liceum Ogólnokształcące im. B. Nowodworskiego de Cracóvia, levar os alunos das turmas 12.º D e 12.º E, a Auschwitz, na Polónia, e fazê-los passar sob a inscrição “Arbeit mach Frei” em direcção aos Blocos de Auschwitz I e debaixo da torre da entrada de Birkenau e tentar que absorvessem o inimaginável que ali aconteceu. O projeto deste ano foi, pois, sustentado sobre esta intenção, mesmo que as circunstâncias e as condições necessárias à sua realização não venham a permitir que esta intenção se concretize em realidade. Se literalmente não conseguirmos entrar em Auschwitz, metaforicamente será nosso objectivo conhecer, lembrar e fazer lembrar este lugar onde foram cavados túmulos nos ares (excerto do poema “Fuga da Morte” de Paul Celan).
Auschwitz funcionou como um ponto de partida mais do que como ponto de chegada; foi o elemento unificador de todo o projeto, quer enquanto rigoroso percurso de pesquisa histórica (O Contexto Histórico e O Campo) quer enquanto espaço mobilizador de reflexão e memória; foi o pretexto, como um dos exemplos mais significativos do universo concentracionários dos Lagers nazis, para se conhecer as vítimas, os perpetradores, os observadores passivos e os Justos entre as Nações e todos os dilemas morais que uns sentem e outros ignoram (As Vítimas, Os Dilemas e A Memória).
Finalmente, Auschwitz foi o mote para a questão essencial que todos se devem colocar quando se debruçam sobre estas temáticas: que teria feito eu, que teriam feito vocês, perante a alternativa de ajudar ou correr risco de vida? Quando a norma foi aceitar um processo de discriminação baseado na lei; a norma foi delirar com os discursos dos chefes e a imponência dos comícios e dos desfiles; a norma foi, civilizadamente, assistir às deportações que se desenrolavam de uma forma ordeira e meticulosa; a norma foi ocupar as casas e ficar com os bens dos que tinham sido obrigados a emigrar ou dos que foram deportados, quando muito por uma bagatela simbólica em nome da lei; ou a norma foi fingir que nada de importante acontecia até porque nunca se ficou com a casa de ninguém, nunca se chamou parasita ao antigo vizinho judeu, não se é do Partido nem nunca sequer se leu o «Mein Kampf» do Führer e perante o que me podia acontecer e à minha família… Que teria feito eu, que teriam feito vocês, perante a alternativa de ajudar ou correr risco de vida?
Apesar de não ter sido possível concretizar a visita de estudo a Auschwitz (a equipa responsável pelo Projeto tomou a decisão, no início de Janeiro, de desistir da mesma, dado que todos os contactos estabelecidos para a angariação do financiamento necessário para a realização da visita foram infrutíferos), todas as restantes atividades planeadas foram concretizadas, a saber:
- Sessões de formação em sala de aula sobre o contexto histórico do Holocausto.
- Sessão de formação, com a Dr.ª Sónia Huli Bernfeld, sobre o Judaísmo, a identidade judaica e a memória da Shoá.
- Mostra e itinerância da Exposição «À procura de 6 em 6 milhões».
- «Ver, Ouvir e Sentir… o Holocausto» - Comemoração do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto: mostra da instalação «A Linha» e encontro com o escritor Richard Zimler sobre “A Literatura, o Judaísmo e a Memória do Holocausto”.
- Visita de estudo a Peniche e Lisboa.
- Maquetas de Auschwitz I e II.
- Diários de jovens polacos, nos finais dos anos 30.
- Criação de conceitos visuais sobre a memória do Holocausto.
- Apresentação da peça de teatro Los Dilemas del Profesor Heyman de Nicolás Paz Alcalde.
- Visita virtual a Cracóvia e Auschwitz.
- Blogue “Marcas de Auschwitz” e filme sobre o projeto.
- Apresentação pública “Marcas de Auschwitz”.
Consulte a planificação do Projeto, Ano 3 aqui.
Consulte o relatório final do Projeto, Ano 3 aqui.