«Mapa da Memória do Porto» do MMIPO (Museu da Misericórdia do Porto)
No dia 12 de janeiro de 2023, os alunos do Projeto N.O.M.E.S. deslocaram-se ao Porto para participar na atividade «Mapa da Memória do Porto» do MMIPO, Museu da Misericórdia do Porto.
«Trata-se de um projeto conjunto do museu e de Katya Krausova, curadora da exposição "Last Folio"*, que contou com a colaboração da Comunidade Judaica do Porto. O Memory Map Porto começou a ser desenhado em setembro de 2022 e revela o papel da cidade do Porto, e das suas gentes, no acolhimento de refugiados durante a segunda Guerra Mundial. Até ao momento foi possível recolher mais de 200 moradas, desde casas particulares a hotéis ou pensões, que permitem criar uma ilustração gráfica de solidariedade num dos períodos mais negros da história da humanidade. Alunos do 9.º ano e do Ensino Secundário de três escolas do distrito do Porto - o Colégio de Nossa Senhora da Esperança, o Colégio Efanor e a Escola Secundária da Maia - partiram para o terreno e fotografaram as fachadas dos edifícios da cidade do Porto que acolheram os refugiados. O Memory Map Porto nasceu no MMIPO mas tem rota traçada para outras cidades portuguesas, nomeadamente Lisboa.» [Fonte: https://www.scmp.pt/pt-pt/noticias/memory-map-porto-um-mapa-de-solidariedade-em-construcao]
No caso da Escola Secundária da Maia, tratou-se de um roteiro de seis moradas no Porto, fotografadas pelos alunos, onde durante a 2.ª guerra mundial estiveram alojados judeus refugiados. Para além dessas fotografias, os alunos puderam ainda perceber, cruzando a informação dos registos da Comissão de Assistência dos Judeus Refugiados do Porto e a lista de pessoas com vistos de Aristides de Sousa Mendes da Sousa Mendes Foundation que algumas destas famílias ou indivíduos que passaram pelo Porto foram prováveis ou mesmo efetivos recetores de vistos do cônsul português, como foi o caso de Michel Lidzki, que recebeu o visto a 20 de junho de 1940 e cujo registo da sua passagem pela cidade e estadia na Pensão Monumental do Porto, n.º 151 da Av. dos Aliados, data de início de julho de 1940. Consultar pequena apresentação sobre este caso aqui.
Trabalho final do Projeto «Memory Map Porto» do MMIPO, Museu da Misericórdia do Porto aqui.
No final do roteiro, os alunos fizeram uma visita guiada à exposição «Last Folio», onde estão expostas fotografias sobre as memórias do Holocausto na Eslováquia. Eis alguns dos seus testemunhos:
Carina Sousa, 9.º C: «Esta visita foi definitivamente reveladora. A maioria das pessoas mundialmente reconhece o termo Holocausto e o que teve “lugar” durante esses anos. Mas uma coisa é ouvir sobre o assunto brevemente, outra é estar no terreno a pesquisar e investigar todo o “evento”. Grande parte do que me foi dito, eu já tinha conhecimento, contudo, quando nos “abastecem” com tantos detalhes e nos facultam algumas histórias individuais das vítimas, a experiência é completamente diferente. E foi exatamente isso que aconteceu. Foi como se eu tivesse ficado tão absorta na história, como se a história me engolisse e caísse no Abismo do Conhecimento. Todos nós testemunhamos milhares e milhões de ações e eventos diariamente. A maioria desses eventos diários entram no nosso compartimento de memória de curto prazo e simplesmente esquecemo-nos deles. Mas não o Holocausto. Não podemos simplesmente “esquecer” algo tão impactante e significativo. E é precisamente por isso que devemos manter viva a Memória. A maioria de nós são testemunhas indiretas e precisamos mantê-lo assim. Essa é a missão do Museu da Misericórdia do Porto com esta Exposição e de tantas outras organizações internacionais. Manter um pequeno vislumbre do que foi o Holocausto “vivo” . Portanto, é nossa responsabilidade ouvir o nosso Passado, aprender com ele e, acima de tudo, não sermos cúmplices em conduzi-lo ao oblívio.»
Cristina Almeida, 9.º B: «Eu gostei imenso da visita ao museu, porque ajudou-me a refletir mais sobre este tema do Holocausto que ando a estudar no projeto N.O.M.E.S., fiquei a saber histórias muito importantes e devido à atividade do museu «Mapa da Memória do Porto», conheci mais sobre o Porto apesar de ter nascido mesmo no Porto...»
Matilde Ruão, 9.º C: «A exposição Last Folio permitiu-me ter uma visão muito mais clara do terror e do medo constante a que os judeus foram sujeitos a passar. Para além disso, consegui ter uma melhor noção do que foi o Holocausto e o impacto que este acontecimento teve na vida das pessoas, principalmente nas famílias judias. Ao longo da exposição tive momentos em que me senti mais sensibilizada, como quando entramos na sala onde se encontram fotografias de pessoas judias que sobreviveram aos campos de concentração. Nesta sala o ar até me pareceu mais “pesado”, devido à delicadeza presente no seu conteúdo. Eu gostei, particularmente, do momento onde foi feita a comparação entre uma sinagoga, completamente destruída no interior, e uma fotografia, que mostra o que restou de um possível edifício ucraniano, totalmente destruído pelos ataques russos. A diferença mais chocante entre as duas imagens é o tempo que passou entre elas, 78 anos.»
Luís Morais, 9.º C: «A exposição Last Folio acabou por me ensinar mais sobre a cultura judaica, que contrasta com a taciturna e truculenta história do antissemitismo, principalmente no contexto do Holocausto. Através do sentido da visão que inexoravelmente nos leva a espelhar a alma de outrem, fui informado não só relativamente ao transporte desumano dos judeus, como também sobre a breve história dos judeus refugiados, o facto de terem sido assassinados violentamente e em massa, mas lentamente, nos campos de concentração e todos os sentimentos inerentes e injustamente negligenciados. No entanto, aparentemente, o sentimento de culpa reside maioritariamente nas vítimas do que nos perpetradores e observadores passivos em si, já que o racismo e a ignorância persistem até aos dias de hoje. Assim, espero que mais pessoas tenham a capacidade de “ver” o que se passou e que muita gente não refute milhares de documentos históricos.»
Alexandre Colaço, 9.º C: «A exposição Last Folio é uma coleção de fotografias e de histórias extremamente marcantes. À primeira vista, a exposição parecia apenas um conjunto de fotografias e imagens relativas ao Holocausto, mas quando começámos a explorar todas as fotografias entendi que todas as imagens tinham uma história e sentimentos por detrás. Além disso, a exposição permite entender as dimensões do Holocausto, não só no número de mortes e na destruição ocorrida durante a perseguição aos judeus mas também nas consequências e o impacto que essa ação tem nos nossos dias. A Last Folio também me fez perceber que a sociedade atual é extremamente fútil: só falamos e discutimos sobre o que gostamos e damos demasiado valor a coisas sem importância alguma, em vez de nos preocuparmos com o nosso passado, com a nossa história e com as culturas e sociedades que foram completamente dizimadas e que não tiveram oportunidade para contar a sua história. Assim, a exposição dá a entender que as vítimas do Holocausto passaram por tanto sofrimento e dor e nós, a sociedade atual, não damos nenhum reconhecimento e apenas nos focamos no nosso umbigo. Em suma, a exposição Last Folio tem um caráter deveras educativo e enriquecedor e fez-me olhar para o mundo com outros olhos. Este tipo de exposições também é de enorme importância para não esquecermos o passado e para impedirmos que algo do género se repita no futuro.»
Carina Sousa, 9.º C: «Esta visita foi definitivamente reveladora. A maioria das pessoas mundialmente reconhece o termo Holocausto e o que teve “lugar” durante esses anos. Mas uma coisa é ouvir sobre o assunto brevemente, outra é estar no terreno a pesquisar e investigar todo o “evento”. Grande parte do que me foi dito, eu já tinha conhecimento, contudo, quando nos “abastecem” com tantos detalhes e nos facultam algumas histórias individuais das vítimas, a experiência é completamente diferente. E foi exatamente isso que aconteceu. Foi como se eu tivesse ficado tão absorta na história, como se a história me engolisse e caísse no Abismo do Conhecimento. Todos nós testemunhamos milhares e milhões de ações e eventos diariamente. A maioria desses eventos diários entram no nosso compartimento de memória de curto prazo e simplesmente esquecemo-nos deles. Mas não o Holocausto. Não podemos simplesmente “esquecer” algo tão impactante e significativo. E é precisamente por isso que devemos manter viva a Memória. A maioria de nós são testemunhas indiretas e precisamos mantê-lo assim. Essa é a missão do Museu da Misericórdia do Porto com esta Exposição e de tantas outras organizações internacionais. Manter um pequeno vislumbre do que foi o Holocausto “vivo” . Portanto, é nossa responsabilidade ouvir o nosso Passado, aprender com ele e, acima de tudo, não sermos cúmplices em conduzi-lo ao oblívio.»
Cristina Almeida, 9.º B: «Eu gostei imenso da visita ao museu, porque ajudou-me a refletir mais sobre este tema do Holocausto que ando a estudar no projeto N.O.M.E.S., fiquei a saber histórias muito importantes e devido à atividade do museu «Mapa da Memória do Porto», conheci mais sobre o Porto apesar de ter nascido mesmo no Porto...»
Matilde Ruão, 9.º C: «A exposição Last Folio permitiu-me ter uma visão muito mais clara do terror e do medo constante a que os judeus foram sujeitos a passar. Para além disso, consegui ter uma melhor noção do que foi o Holocausto e o impacto que este acontecimento teve na vida das pessoas, principalmente nas famílias judias. Ao longo da exposição tive momentos em que me senti mais sensibilizada, como quando entramos na sala onde se encontram fotografias de pessoas judias que sobreviveram aos campos de concentração. Nesta sala o ar até me pareceu mais “pesado”, devido à delicadeza presente no seu conteúdo. Eu gostei, particularmente, do momento onde foi feita a comparação entre uma sinagoga, completamente destruída no interior, e uma fotografia, que mostra o que restou de um possível edifício ucraniano, totalmente destruído pelos ataques russos. A diferença mais chocante entre as duas imagens é o tempo que passou entre elas, 78 anos.»
Luís Morais, 9.º C: «A exposição Last Folio acabou por me ensinar mais sobre a cultura judaica, que contrasta com a taciturna e truculenta história do antissemitismo, principalmente no contexto do Holocausto. Através do sentido da visão que inexoravelmente nos leva a espelhar a alma de outrem, fui informado não só relativamente ao transporte desumano dos judeus, como também sobre a breve história dos judeus refugiados, o facto de terem sido assassinados violentamente e em massa, mas lentamente, nos campos de concentração e todos os sentimentos inerentes e injustamente negligenciados. No entanto, aparentemente, o sentimento de culpa reside maioritariamente nas vítimas do que nos perpetradores e observadores passivos em si, já que o racismo e a ignorância persistem até aos dias de hoje. Assim, espero que mais pessoas tenham a capacidade de “ver” o que se passou e que muita gente não refute milhares de documentos históricos.»
Alexandre Colaço, 9.º C: «A exposição Last Folio é uma coleção de fotografias e de histórias extremamente marcantes. À primeira vista, a exposição parecia apenas um conjunto de fotografias e imagens relativas ao Holocausto, mas quando começámos a explorar todas as fotografias entendi que todas as imagens tinham uma história e sentimentos por detrás. Além disso, a exposição permite entender as dimensões do Holocausto, não só no número de mortes e na destruição ocorrida durante a perseguição aos judeus mas também nas consequências e o impacto que essa ação tem nos nossos dias. A Last Folio também me fez perceber que a sociedade atual é extremamente fútil: só falamos e discutimos sobre o que gostamos e damos demasiado valor a coisas sem importância alguma, em vez de nos preocuparmos com o nosso passado, com a nossa história e com as culturas e sociedades que foram completamente dizimadas e que não tiveram oportunidade para contar a sua história. Assim, a exposição dá a entender que as vítimas do Holocausto passaram por tanto sofrimento e dor e nós, a sociedade atual, não damos nenhum reconhecimento e apenas nos focamos no nosso umbigo. Em suma, a exposição Last Folio tem um caráter deveras educativo e enriquecedor e fez-me olhar para o mundo com outros olhos. Este tipo de exposições também é de enorme importância para não esquecermos o passado e para impedirmos que algo do género se repita no futuro.»