Palestra «Aristides de Sousa Mendes: passagem para a liberdade»
O projeto N.O.M.E.S. tem como objetivo estudar os Nomes e Olhares para a Memória e o Ensino da Shoá (palavra hebraica para Holocausto), através de fontes históricas orais, para que se perceba que não se trata apenas de algarismos matemáticos, mas sim de seres humanos, quando se evoca a “Solução Final do problema judeu”, perpetrada pelos Nazis. Este projeto tem sido dinamizado na nossa escola desde o ano letivo 2019/2020 e durante este ano letivo, o protagonista é Aristides de Sousa Mendes, um «Justo entre as Nações», que ao “seguir” a sua moralidade e a sua consciência, salvou mais de 30 mil vidas da perseguição Nazi, emitindo-lhes, por vezes freneticamente, vistos que se destinavam quer a indivíduos, quer a famílias inteiras. De 16 a 23 de junho de 1940, Aristides de Sousa Mendes desobedeceu às ordens impostas pelo ditador Salazar, por não considerar certo a posição que Portugal detinha no que tocava à situação de discriminação de certas entidades pelos nazis. No entanto, ainda que o legado Sousa de Mendes seja grandioso, é, por vezes, esquecido no seu próprio país por diferentes gerações.
Para retificação de tal ultraje, no dia 23 de janeiro de 2023, a equipa do projeto N.O.M.E.S. e a Biblioteca da Escola Secundária da Maia, com a colaboração do professor Paulo Melo, no âmbito das suas atividades de evocação do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto que terminam a 27 de janeiro, dinamizaram uma palestra que teve como alvo o legado de Aristides de Sousa Mendes e as suas honrosas ações. A palestra teve lugar no Polivalente da Escola Secundária da Maia e contou com a colaboração de Lúcia Gonçalves, jornalista na SIC e autora da série documental «Vistos para a Vida», e António Moncada de Sousa Mendes, neto de Aristides.
Citando Luís Morais, do 9.º C, um dos alunos envolvido no Projeto: «Luzes, microfones, móveis, ação. Com a ajuda do Sr. Lopes e da D. Débora Maia e dos professores Fernanda Teles, Maria João Vigário e Paulo Melo, os alunos pertencentes ao projeto N.O.M.E.S e a professora Sandra Costa, que acompanhava o evento a partir de casa, tudo ficou preparado para a nossa palestra com o ilustre António Moncada e a acessível Lúcia Gonçalves. Durante aquela hora e meia, dedicamo-nos ao Dr. Aristides e não sabíamos se deveríamos sorrir ou chorar».
Diga-se que António Moncada, refletindo brevemente sobre as suas palavras, começou por apresentar o conhecimento mais importante que herdou do seu avô: ter consciência da sua realidade. Ainda que divagando ligeiramente, relatou ainda histórias que iam desde César, gémeo de Aristides, até à Casa do Passal, que poderá transformar-se num humilde museu, já que foi onde Aristides acolheu refugiados.
Já a jornalista Lúcia Gonçalves dirigiu-se ao público de uma forma carismática, de tal forma que este não irá certamente esquecer a comparação que ela fez entre os amigos de Aristides e a própria plateia. Quem transgredir a lei é, atualmente, considerado um criminoso e quando Aristides desrespeitou a Circular 14, não foi diferente. Apesar de ter salvo milhares de vidas com esse ato, no fundo, não foi reconhecido por quem o rodeava. Imaginemos, assim, que seríamos desprezados pelos nossos amigos por isto. Falou-nos ainda, entre outros assuntos, do processo que foi fazer a série documental «Vistos para a Vida».
Como referiu o Gonçalo Ferreira, do 9.º A, outro dos alunos que colabora no Projeto N.O.M.E.S., a «palestra foi bem estruturada e conseguimos partilhar a ideia que pretendíamos». De facto, como confirma a aluna Carina Sousa, do 9.º C, «tenho a dizer que a palestra teve certamente um caráter profundo e carregado. Ainda que Aristides de Sousa Mendes seja considerado um herói sem capa, os seus ilustres atos não permaneceram na memória portuguesa. Dessa forma, a palestra “abriu” os olhos aos jovens, sensibilizando-os para o que aconteceu durante o Holocausto, não da perspetiva das vítimas nem dos perpetradores, mas sim da perspetiva de um herói português. Os convidados também foram excecionais, tendo sido bastante acessíveis e respondendo satisfatoriamente às perguntas propostas. Seguramente que há aspetos que poderiam ter corrido melhor, contudo, conforme as circunstâncias, toda a equipa N.O.M.E.S e todos aqueles que com eles colaboraram merecem os parabéns pelo empenho notável na realização da palestra».
Carina Sousa e Luís Morais, 9.º C
Para retificação de tal ultraje, no dia 23 de janeiro de 2023, a equipa do projeto N.O.M.E.S. e a Biblioteca da Escola Secundária da Maia, com a colaboração do professor Paulo Melo, no âmbito das suas atividades de evocação do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto que terminam a 27 de janeiro, dinamizaram uma palestra que teve como alvo o legado de Aristides de Sousa Mendes e as suas honrosas ações. A palestra teve lugar no Polivalente da Escola Secundária da Maia e contou com a colaboração de Lúcia Gonçalves, jornalista na SIC e autora da série documental «Vistos para a Vida», e António Moncada de Sousa Mendes, neto de Aristides.
Citando Luís Morais, do 9.º C, um dos alunos envolvido no Projeto: «Luzes, microfones, móveis, ação. Com a ajuda do Sr. Lopes e da D. Débora Maia e dos professores Fernanda Teles, Maria João Vigário e Paulo Melo, os alunos pertencentes ao projeto N.O.M.E.S e a professora Sandra Costa, que acompanhava o evento a partir de casa, tudo ficou preparado para a nossa palestra com o ilustre António Moncada e a acessível Lúcia Gonçalves. Durante aquela hora e meia, dedicamo-nos ao Dr. Aristides e não sabíamos se deveríamos sorrir ou chorar».
Diga-se que António Moncada, refletindo brevemente sobre as suas palavras, começou por apresentar o conhecimento mais importante que herdou do seu avô: ter consciência da sua realidade. Ainda que divagando ligeiramente, relatou ainda histórias que iam desde César, gémeo de Aristides, até à Casa do Passal, que poderá transformar-se num humilde museu, já que foi onde Aristides acolheu refugiados.
Já a jornalista Lúcia Gonçalves dirigiu-se ao público de uma forma carismática, de tal forma que este não irá certamente esquecer a comparação que ela fez entre os amigos de Aristides e a própria plateia. Quem transgredir a lei é, atualmente, considerado um criminoso e quando Aristides desrespeitou a Circular 14, não foi diferente. Apesar de ter salvo milhares de vidas com esse ato, no fundo, não foi reconhecido por quem o rodeava. Imaginemos, assim, que seríamos desprezados pelos nossos amigos por isto. Falou-nos ainda, entre outros assuntos, do processo que foi fazer a série documental «Vistos para a Vida».
Como referiu o Gonçalo Ferreira, do 9.º A, outro dos alunos que colabora no Projeto N.O.M.E.S., a «palestra foi bem estruturada e conseguimos partilhar a ideia que pretendíamos». De facto, como confirma a aluna Carina Sousa, do 9.º C, «tenho a dizer que a palestra teve certamente um caráter profundo e carregado. Ainda que Aristides de Sousa Mendes seja considerado um herói sem capa, os seus ilustres atos não permaneceram na memória portuguesa. Dessa forma, a palestra “abriu” os olhos aos jovens, sensibilizando-os para o que aconteceu durante o Holocausto, não da perspetiva das vítimas nem dos perpetradores, mas sim da perspetiva de um herói português. Os convidados também foram excecionais, tendo sido bastante acessíveis e respondendo satisfatoriamente às perguntas propostas. Seguramente que há aspetos que poderiam ter corrido melhor, contudo, conforme as circunstâncias, toda a equipa N.O.M.E.S e todos aqueles que com eles colaboraram merecem os parabéns pelo empenho notável na realização da palestra».
Carina Sousa e Luís Morais, 9.º C