Edição 2008/2009. Como tudo começou...
Entre os dias 9 e 17 de agosto de 2008, pela primeira vez, um grupo de 30 portugueses (quase todos professores de História, selecionados pela Comunidade Israelita de Lisboa com a colaboração da Associação de Professores de História), participou no primeiro Seminário para Educadores Portugueses da Escola Internacional para o Estudo do Holocausto, integrada no Yad Vashem (Autoridade para a Memória dos Mártires e dos Heróis do Holocausto), em Jerusalém.
Fruto da participação de duas docentes da Escola Secundária de Vilela nesse Seminário e da colaboração de diversos docentes da Escola Secundária de Vilela, nasceu, em setembro de 2008, o Projeto N.O.M.E.S. (Nomes e Olhares para a Memória e o Ensino da Shoá) que desenvolveu um conjunto de atividades centradas na memória e no ensino do Holocausto e que motivaram, por sua vez, a participação de outros docentes da Escola nas edições seguintes do Seminário do Yad Vashem para educadores portugueses. aqui para editar .
O Projeto N.O.M.E.S. (Nomes e Olhares para a Memória e o Ensino da Shoah), como a sua denominação sugere, foi concebido tendo por base a filosofia educativa da Escola Internacional para o Estudo do Holocausto, integrada no Yad Vashem, cuja prioridade é a personificação das vítimas: dar um rosto, um nome e uma história a cada uma delas. Assim, durante o desenrolar deste projeto, pretende-se ensinar a Shoah (Holocausto) através de relatos humanos, para que se possa perceber que não é de números que se trata quando se fala da “Solução Final do problema judeu” mas de seres humanos.
Com uma metodologia centrada na vítima, mas também nos testemunhos dos sobreviventes, tenta-se, assim, através de diversas exposições construídas pelos alunos a partir de documentos e relatos pessoais, retratar a história do povo judeu e a vida dos judeus antes da Shoah (o que se perdeu?), a sua vida quotidiana durante o Holocausto (como viveram? Em contraste com o como morreram) e o retorno à liberdade e à vida (para quê viver? Como recordar?).
Mas como esta história não se fez apenas de vítimas, o enfoque desses trabalhos também deve recair sobre os perpetradores, os observadores passivos e os Justos entre as Nações. Sobre os perpetradores, tendo-se a consciência de que eram homens vulgares e não monstros (como foi humanamente possível?); sobre os observadores passivos, recordando-se as palavras de Hannah Arendt “a triste verdade é que os maiores males são provocados por pessoas que jamais se decidiram pelo bem, ou pelo mal” e sobre os Justos entre as Nações, para que se releve que, por entre “a banalidade do mal”, houve quem se decidisse pelo bem, salvando outros.
No cerne deste projeto sobre a memória e o ensino do Holocausto devem estar, pois, uma atitude reflexiva e crítica; uma metodologia geradora de empatias, sem julgamentos; um esforço pela clarificação de conceitos e a contextualização histórica e a perceção de que o Holocausto não é apenas um tema judaico mas uma preocupação universal (o racismo, o negacionismo, a xenofobia, a intolerância são temas actuais, não são compatíveis com a democracia e colocam-na em perigo) – para que não o esqueçam as gerações futuras e a História não se repita.
Atividades realizadas durante o ano letivo 2008/2009:
Consulte a planificação do Projeto, Ano 1 aqui.
Consulte o relatório final do Projeto, Ano 1 aqui.
Fruto da participação de duas docentes da Escola Secundária de Vilela nesse Seminário e da colaboração de diversos docentes da Escola Secundária de Vilela, nasceu, em setembro de 2008, o Projeto N.O.M.E.S. (Nomes e Olhares para a Memória e o Ensino da Shoá) que desenvolveu um conjunto de atividades centradas na memória e no ensino do Holocausto e que motivaram, por sua vez, a participação de outros docentes da Escola nas edições seguintes do Seminário do Yad Vashem para educadores portugueses. aqui para editar .
O Projeto N.O.M.E.S. (Nomes e Olhares para a Memória e o Ensino da Shoah), como a sua denominação sugere, foi concebido tendo por base a filosofia educativa da Escola Internacional para o Estudo do Holocausto, integrada no Yad Vashem, cuja prioridade é a personificação das vítimas: dar um rosto, um nome e uma história a cada uma delas. Assim, durante o desenrolar deste projeto, pretende-se ensinar a Shoah (Holocausto) através de relatos humanos, para que se possa perceber que não é de números que se trata quando se fala da “Solução Final do problema judeu” mas de seres humanos.
Com uma metodologia centrada na vítima, mas também nos testemunhos dos sobreviventes, tenta-se, assim, através de diversas exposições construídas pelos alunos a partir de documentos e relatos pessoais, retratar a história do povo judeu e a vida dos judeus antes da Shoah (o que se perdeu?), a sua vida quotidiana durante o Holocausto (como viveram? Em contraste com o como morreram) e o retorno à liberdade e à vida (para quê viver? Como recordar?).
Mas como esta história não se fez apenas de vítimas, o enfoque desses trabalhos também deve recair sobre os perpetradores, os observadores passivos e os Justos entre as Nações. Sobre os perpetradores, tendo-se a consciência de que eram homens vulgares e não monstros (como foi humanamente possível?); sobre os observadores passivos, recordando-se as palavras de Hannah Arendt “a triste verdade é que os maiores males são provocados por pessoas que jamais se decidiram pelo bem, ou pelo mal” e sobre os Justos entre as Nações, para que se releve que, por entre “a banalidade do mal”, houve quem se decidisse pelo bem, salvando outros.
No cerne deste projeto sobre a memória e o ensino do Holocausto devem estar, pois, uma atitude reflexiva e crítica; uma metodologia geradora de empatias, sem julgamentos; um esforço pela clarificação de conceitos e a contextualização histórica e a perceção de que o Holocausto não é apenas um tema judaico mas uma preocupação universal (o racismo, o negacionismo, a xenofobia, a intolerância são temas actuais, não são compatíveis com a democracia e colocam-na em perigo) – para que não o esqueçam as gerações futuras e a História não se repita.
Atividades realizadas durante o ano letivo 2008/2009:
- Jornal de Parede semanal na Sala de Professores e na Biblioteca alusivo ao Projeto N.O.M.E.S.
- Tema da revista da Escola Secundária de Vilela “Flores de Verde Pinho”: “A memória: do individual ao colectivo”.
- Exposição e concurso N.O.M.E.S.
- Sessão de (in)formação para docentes sobre o seminário “A memória da Shoah e os dilemas da sua transmissão” do Yad Vashem.
- Intercâmbio Vilela-Castro d’Aire “Enigma” entre a turma 12.º D e uma turma da ES de Castro d’Aire.
- Visita de estudo a Belmonte, Sortelha e Sabugal, com as turmas 12.º C, D e E.
- Palestra com o Dr. Júlio Engelstein sobre o Judaísmo, o povo judeu e a memória da Shoah.
- Exposição evocativa dos 70 anos da Noite de Cristal: “Mas a história não acaba assim”.
- Ida ao teatro – “O Mercador de Veneza”.
- Exposição “Isto não é brincadeira para crianças”.
- Comemoração do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, com a actividade “O Cinema e a Shoah”, com a colaboração da turma 12.º D e dirigida a toda a comunidade escolar.
- Debate na Biblioteca sobre a temática “Depois do Holocausto escrever poesia é bárbaro?”, com Pedro Eiras e Luís Maffei – turmas do 12.º C, D e E.
- Exposição “Prestar Testemunho”, dinamizada pela turma 12.º D.
- Exposição “Memória, Europa e Holocausto” na Casa da Cultura de Paredes.
- Colóquio “Memória, Europa e Holocausto” na Casa da Cultura de Paredes, com a Dr.ª Esther Mucznik, o Dr. Adriano Vasco Rodrigues e a Dr.ª Manuela Franco.
Consulte a planificação do Projeto, Ano 1 aqui.
Consulte o relatório final do Projeto, Ano 1 aqui.