Concurso de Escrita Criativa «Sons de Esperança» | 3.º Ciclo - ESM
1.º Prémio
Música escolhida: https://youtu.be/0y5CF2G6qsU
Era uma manhã gelada de 1944, em Auschwitz, e toda a gente tinha acordado com o mesmo propósito, trabalhar.
Nas faces de todas as pessoas, notava-se uma expressão de medo, acompanhada de um olhar distante e frio, mostrando o terror que estavam a sentir.
Várias famílias encontravam-se neste local, muitas delas separadas dos seus entes queridos e desesperadas para obter respostas sobre o que poderiam estar a passar os que mais amavam. Crianças assustadas que não compreendiam o porquê de aquilo tudo estar a acontecer, usando todos os mesmos uniformes.
Uma das famílias que ali se encontrava era a de Ilse Weber, que teria sido apanhada pelos nazis e levada para um campo de concentração juntamente com o marido e o filho mais novo de apenas seis anos. Tinham ficado os três juntos, mas o cenário onde se encontravam não era digno de celebrações, apenas o pânico estava instalado naquelas construções, fazendo toda a gente temer pela própria vida. Ilse e o marido tentavam acalmar o filho dizendo-lhe que tudo iria ficar bem, porém eles sabiam que isso não era garantido, e que a qualquer momento tudo poderia mudar.
Um certo dia, um ataque terrível aconteceu e vários bombardeamentos se fizeram sentir, causando o pânico total por todos os campos.
Ilse sentia uma gota de suor a correr-lhe lentamente pelas costas, enquanto a sua pele arrepiava e os seus dedos gelavam, tal eram os seus nervos ao verificar essa situação.
Ilse era uma professora de música numa escola na Checoslováquia, e com o âmbito de acalmar e embalar o seu filho, decidiu, com a ajuda do marido, escrever e compor uma música calma. Sempre que tinha tempo livre, Ilse dedicava-se a escrever a sua letra, enquanto o seu marido construía uma espécie de violino com os materiais que encontrava.
Assim que esse processo ficou pronto, era só treinar bastante a sua letra e melodia, cantando-a todas as noites não só para o seu filho, mas também todas as outras pessoas que se encontravam naquele espaço. A música era tão serena que, mal era tocada, toda a gente fazia silêncio para que a pudessem escutar, e por momentos esquecer todo o caos que estava a acontecer à sua volta. No meio de tanta confusão, aquela música era a única coisa que trazia uma réstia de paz e esperança a todos.
Todos os dias trabalhos pesados eram praticados pelos mais novos e mais velhos, não importava a idade, cada um tinha uma tarefa. Ao fim do dia, toda a gente só queria estar na companhia dos seus e aproveitar os momentos juntos enquanto podiam.
Porém, um certo dia Ilse e sua família, juntamente com várias outras pessoas, estavam a trabalhar no campo quando uns guardas fardados os enviaram para uma sala escura, com capacidade de levar várias pessoas. Aí o ambiente era pesado e sombrio, pois toda a gente sabia o que estava prestes a acontecer. Lágrimas escorriam dos rostos das pessoas enquanto estas se despediam dos seus, tentando encontrar conforto nos abraços uns dos outros, e tentando acalmar os mais novos dizendo “Vai ficar tudo bem”.
De repente um silêncio fez-se ouvir, um silêncio gigantesco e assustador. Todos se tinham ido.
Com o desenrolar dos dias, as pessoas que ainda sobreviviam e que tinham conhecido Ilse, tocavam a sua música todas as noites, como forma de homenagear todos aqueles que tinham perdido as suas vidas.
Ana Sofia Prada, 8.º C
Era uma manhã gelada de 1944, em Auschwitz, e toda a gente tinha acordado com o mesmo propósito, trabalhar.
Nas faces de todas as pessoas, notava-se uma expressão de medo, acompanhada de um olhar distante e frio, mostrando o terror que estavam a sentir.
Várias famílias encontravam-se neste local, muitas delas separadas dos seus entes queridos e desesperadas para obter respostas sobre o que poderiam estar a passar os que mais amavam. Crianças assustadas que não compreendiam o porquê de aquilo tudo estar a acontecer, usando todos os mesmos uniformes.
Uma das famílias que ali se encontrava era a de Ilse Weber, que teria sido apanhada pelos nazis e levada para um campo de concentração juntamente com o marido e o filho mais novo de apenas seis anos. Tinham ficado os três juntos, mas o cenário onde se encontravam não era digno de celebrações, apenas o pânico estava instalado naquelas construções, fazendo toda a gente temer pela própria vida. Ilse e o marido tentavam acalmar o filho dizendo-lhe que tudo iria ficar bem, porém eles sabiam que isso não era garantido, e que a qualquer momento tudo poderia mudar.
Um certo dia, um ataque terrível aconteceu e vários bombardeamentos se fizeram sentir, causando o pânico total por todos os campos.
Ilse sentia uma gota de suor a correr-lhe lentamente pelas costas, enquanto a sua pele arrepiava e os seus dedos gelavam, tal eram os seus nervos ao verificar essa situação.
Ilse era uma professora de música numa escola na Checoslováquia, e com o âmbito de acalmar e embalar o seu filho, decidiu, com a ajuda do marido, escrever e compor uma música calma. Sempre que tinha tempo livre, Ilse dedicava-se a escrever a sua letra, enquanto o seu marido construía uma espécie de violino com os materiais que encontrava.
Assim que esse processo ficou pronto, era só treinar bastante a sua letra e melodia, cantando-a todas as noites não só para o seu filho, mas também todas as outras pessoas que se encontravam naquele espaço. A música era tão serena que, mal era tocada, toda a gente fazia silêncio para que a pudessem escutar, e por momentos esquecer todo o caos que estava a acontecer à sua volta. No meio de tanta confusão, aquela música era a única coisa que trazia uma réstia de paz e esperança a todos.
Todos os dias trabalhos pesados eram praticados pelos mais novos e mais velhos, não importava a idade, cada um tinha uma tarefa. Ao fim do dia, toda a gente só queria estar na companhia dos seus e aproveitar os momentos juntos enquanto podiam.
Porém, um certo dia Ilse e sua família, juntamente com várias outras pessoas, estavam a trabalhar no campo quando uns guardas fardados os enviaram para uma sala escura, com capacidade de levar várias pessoas. Aí o ambiente era pesado e sombrio, pois toda a gente sabia o que estava prestes a acontecer. Lágrimas escorriam dos rostos das pessoas enquanto estas se despediam dos seus, tentando encontrar conforto nos abraços uns dos outros, e tentando acalmar os mais novos dizendo “Vai ficar tudo bem”.
De repente um silêncio fez-se ouvir, um silêncio gigantesco e assustador. Todos se tinham ido.
Com o desenrolar dos dias, as pessoas que ainda sobreviviam e que tinham conhecido Ilse, tocavam a sua música todas as noites, como forma de homenagear todos aqueles que tinham perdido as suas vidas.
Ana Sofia Prada, 8.º C
2.º Prémio
Música escolhida: https://youtu.be/gBXJ8wnIuX8
ACABAR COM TUDO E COM NADA
Lembro-me constantemente do que vivi nesta sala de solidão, escuridão e morte. Ao notar o contraste entre isso e o que já tive, fico ainda mais triste e frustrado por o ter deixado desaparecer num ápice.
Eu nasci numa pequena ilha verdejante com uma gigantesca montanha no centro, onde nevava às vezes. Morava numa casa térrea perto do mar onde eu e os meus pais adorávamos apreciar a brisa nos finais de tarde, de janelas abertas, sentados nas nossas belas cadeiras de madeira, junto dos nossos queridos animais: a Mumu e o Ladino. Estávamos tão felizes e seguros naquele lugar em que podíamos fingir que só nós existíamos, mesmo sabendo que não era verdade...
Certo dia, eu brincava na eterna alvura, quando vi uns homens cobertos de neve a chegarem à ilha. Nesse comenos, a abelhudice justapôs-se ao desenfadamento ordinário. Imaginei que os meus pais, embora gostassem do modo como vivíamos, não receassem expandir os seus horizontes. Pareciam então ter ido oferecer-lhes ajuda, ao que eles responderam impetuosamente com alguma coisa que aumentou desembestadamente a superfície que ocupavam na minha visão. Uma queda que representava mais complexidade do que a de algo puramente físico. Amarraram-nos e levaram-nos para qualquer coisa flutuante de cor castanha e branca. Tentei descer a montanha para os socorrer, mas não cheguei atempadamente. Entretanto, já tinham partido da ilha e levado tudo o que fora meu. Apenas deixaram um elegante pedaço branco com um símbolo vermelho e azul de um material peculiar e macio.
Eu devia ter estado pronto para os proteger daqueles monstros da neve. Chorei nos dias seguintes, enquanto uma vontade tremenda de sair daquela sensação de culpa e melancolia crescia. Não aguentei prosseguir sem tudo o que cedo adquirira.
Quando aqui cheguei, perdi os sentidos e fui abandonado por tudo exceto pelo meu próprio cérebro. Comecei a enlouquecer e a imaginar diferentes histórias que se pareciam todas com a da minha vida, porém em realidades completamente diferentes. A minha mente transformava-se ocasionalmente e de repente num reprodutor vívido de imagem e som em simultâneo, querendo eu ou não. Nos momentos seguintes, segue-se silêncio e pretidão literal, novamente.
No início, sofri ao testemunhar toda esta taciturnidade. Agora, são tão elaboradas, improváveis e sobretudo distantes da minha vida, que nem sofro tanto pela saudade. Apesar de sempre o terem sido de certa forma, algumas parecem tão reais como o meu passado.
Uma delas é a de uma menina encantadora, alta para a idade, ruiva, inteligente, curiosa e amorosa que vivia numa localidade movimentada e barulhenta. Desde pequena que estava avezada a dizer “papá” e “papá” e não “papá” e “mamã”, como eu. Um dia, acordou para ir a um sítio que chamava “escola” pela primeira vez. Os seus pais estavam muito orgulhosos: tornar-se-ia a primeira da família. Vestiu-se e dirigiu-se à cozinha. Surpreendentemente, nenhum deles se encontrava sentado na mesa como expetável. Ao ver que ninguém entrava pela porta para a esclarecer, decidiu partir para a escola por conta própria, e, ao mesmo tempo, tentar encontrá-los.
No caminho, encontrou um magote de gente a gritar reiteradamente e euforicamente “QUEIMEM-NOS! QUEIMEM-NOS! QUEIMEM-NOS!”. Antes de pelo menos pensar, foi-se encaminhando, agilmente, guiada pelos seus impulsos, na direção para onde os olhos das pessoas apontavam. Para algo suscitado por uma mórbida, grandiosa e, sincronicamente, boa força maior, pensavam. A pobre menina, sem saber o que fazer quando conseguiu reconhecer os seus pais desesperados a arder vivos, correu o mais rápido que pôde para eles e abraçou-os, possivelmente inconsciente do que acabara de executar.
Depois de dias a remexer nos pormenores dessa história sem qualquer sentido, a minha mente vai desvanecendo e, inevitavelmente, recordo-me de outra menina quase idêntica. A única diferença era um atributo que nem a definia, porque fora forçada a sê-lo, aquilo que batizavam de religião. Vivia com os seus pais de sexos distintos numa casa laranja, baixa e que tinha janelas acastanhadas. A do seu quarto possibilitava a observação da bonita cidade e da circundante floresta. As restantes exclusivamente a majestosa floresta. Era o lar que tanto amava.
Numa quente tarde de verão estava lá sozinha, quando ouviu um estrondo vindo do corredor da entrada. Foi ver o que se passava. Instantaneamente, surgiu um indivíduo com uma farda verde e algo sombrio na mão que se aproximava agressivamente dela. Ela atacou-o com uma jarra próxima. Pelo meio do primeiro pedaço do objeto que chegava naquele segundo ao homem, passou um objeto preto menor em tamanho, no entanto, aparentemente muito maior em velocidade e poder de destruição.
De cabelo preto e pele escura, de altura média, simpático e honesto eram as características de só mais um. Este menino recebia diariamente os árduos cuidados e a atenção dos seus avós, de nem ainda meia-idade. Moravam todos numa casa pequeníssima, todavia não enquadrada em nenhuma concentração populacional. Eram extremamente isolados do resto do mundo. Tudo o que recebiam do exterior era rigorosamente comida, escassa, gases atmosféricos, energia solar, abundante, e o jornal da cidade mais próxima, humano.
Por um bom motivo, julgavam eles, convidaram os seus amigos que os fizeram sentir rejuvenescidos, “pelos velhos tempos”. Lastimavelmente, essa sensação não perdurou. Na semana a seguir chegou-lhes a notícia de que um dos amigos tinha morrido por doença. Não tivera dinheiro para amanhar uma “vacina”, algo que o teria livrado. Em pouco tempo, aconteceu o mesmo aos avós do menino. O mísero optou imediatamente por não chegar a viver algo assim.
Se isto é tudo o que este mundo tem para nos oferecer, porque é que nele nascemos sequer?
NOTAS: O título intenciona refletir que o suicídio das personagens não resolveu o problema com que nos temos debatido ao longo do tempo histórico: o genocídio. Durante a Expansão Marítima, estava intimamente relacionado com a escravatura; na altura da Inquisição, pelo preconceito em geral; o Holocausto, na 2ª guerra mundial e a taxa de vacinação/imunidade de variadas doenças reduzida nos países em desenvolvimento no presente (não é atualmente uma forma de genocídio evidente ou irrefutável, mas aproxima-se disso).
Luís Morais, 8.º C
ACABAR COM TUDO E COM NADA
Lembro-me constantemente do que vivi nesta sala de solidão, escuridão e morte. Ao notar o contraste entre isso e o que já tive, fico ainda mais triste e frustrado por o ter deixado desaparecer num ápice.
Eu nasci numa pequena ilha verdejante com uma gigantesca montanha no centro, onde nevava às vezes. Morava numa casa térrea perto do mar onde eu e os meus pais adorávamos apreciar a brisa nos finais de tarde, de janelas abertas, sentados nas nossas belas cadeiras de madeira, junto dos nossos queridos animais: a Mumu e o Ladino. Estávamos tão felizes e seguros naquele lugar em que podíamos fingir que só nós existíamos, mesmo sabendo que não era verdade...
Certo dia, eu brincava na eterna alvura, quando vi uns homens cobertos de neve a chegarem à ilha. Nesse comenos, a abelhudice justapôs-se ao desenfadamento ordinário. Imaginei que os meus pais, embora gostassem do modo como vivíamos, não receassem expandir os seus horizontes. Pareciam então ter ido oferecer-lhes ajuda, ao que eles responderam impetuosamente com alguma coisa que aumentou desembestadamente a superfície que ocupavam na minha visão. Uma queda que representava mais complexidade do que a de algo puramente físico. Amarraram-nos e levaram-nos para qualquer coisa flutuante de cor castanha e branca. Tentei descer a montanha para os socorrer, mas não cheguei atempadamente. Entretanto, já tinham partido da ilha e levado tudo o que fora meu. Apenas deixaram um elegante pedaço branco com um símbolo vermelho e azul de um material peculiar e macio.
Eu devia ter estado pronto para os proteger daqueles monstros da neve. Chorei nos dias seguintes, enquanto uma vontade tremenda de sair daquela sensação de culpa e melancolia crescia. Não aguentei prosseguir sem tudo o que cedo adquirira.
Quando aqui cheguei, perdi os sentidos e fui abandonado por tudo exceto pelo meu próprio cérebro. Comecei a enlouquecer e a imaginar diferentes histórias que se pareciam todas com a da minha vida, porém em realidades completamente diferentes. A minha mente transformava-se ocasionalmente e de repente num reprodutor vívido de imagem e som em simultâneo, querendo eu ou não. Nos momentos seguintes, segue-se silêncio e pretidão literal, novamente.
No início, sofri ao testemunhar toda esta taciturnidade. Agora, são tão elaboradas, improváveis e sobretudo distantes da minha vida, que nem sofro tanto pela saudade. Apesar de sempre o terem sido de certa forma, algumas parecem tão reais como o meu passado.
Uma delas é a de uma menina encantadora, alta para a idade, ruiva, inteligente, curiosa e amorosa que vivia numa localidade movimentada e barulhenta. Desde pequena que estava avezada a dizer “papá” e “papá” e não “papá” e “mamã”, como eu. Um dia, acordou para ir a um sítio que chamava “escola” pela primeira vez. Os seus pais estavam muito orgulhosos: tornar-se-ia a primeira da família. Vestiu-se e dirigiu-se à cozinha. Surpreendentemente, nenhum deles se encontrava sentado na mesa como expetável. Ao ver que ninguém entrava pela porta para a esclarecer, decidiu partir para a escola por conta própria, e, ao mesmo tempo, tentar encontrá-los.
No caminho, encontrou um magote de gente a gritar reiteradamente e euforicamente “QUEIMEM-NOS! QUEIMEM-NOS! QUEIMEM-NOS!”. Antes de pelo menos pensar, foi-se encaminhando, agilmente, guiada pelos seus impulsos, na direção para onde os olhos das pessoas apontavam. Para algo suscitado por uma mórbida, grandiosa e, sincronicamente, boa força maior, pensavam. A pobre menina, sem saber o que fazer quando conseguiu reconhecer os seus pais desesperados a arder vivos, correu o mais rápido que pôde para eles e abraçou-os, possivelmente inconsciente do que acabara de executar.
Depois de dias a remexer nos pormenores dessa história sem qualquer sentido, a minha mente vai desvanecendo e, inevitavelmente, recordo-me de outra menina quase idêntica. A única diferença era um atributo que nem a definia, porque fora forçada a sê-lo, aquilo que batizavam de religião. Vivia com os seus pais de sexos distintos numa casa laranja, baixa e que tinha janelas acastanhadas. A do seu quarto possibilitava a observação da bonita cidade e da circundante floresta. As restantes exclusivamente a majestosa floresta. Era o lar que tanto amava.
Numa quente tarde de verão estava lá sozinha, quando ouviu um estrondo vindo do corredor da entrada. Foi ver o que se passava. Instantaneamente, surgiu um indivíduo com uma farda verde e algo sombrio na mão que se aproximava agressivamente dela. Ela atacou-o com uma jarra próxima. Pelo meio do primeiro pedaço do objeto que chegava naquele segundo ao homem, passou um objeto preto menor em tamanho, no entanto, aparentemente muito maior em velocidade e poder de destruição.
De cabelo preto e pele escura, de altura média, simpático e honesto eram as características de só mais um. Este menino recebia diariamente os árduos cuidados e a atenção dos seus avós, de nem ainda meia-idade. Moravam todos numa casa pequeníssima, todavia não enquadrada em nenhuma concentração populacional. Eram extremamente isolados do resto do mundo. Tudo o que recebiam do exterior era rigorosamente comida, escassa, gases atmosféricos, energia solar, abundante, e o jornal da cidade mais próxima, humano.
Por um bom motivo, julgavam eles, convidaram os seus amigos que os fizeram sentir rejuvenescidos, “pelos velhos tempos”. Lastimavelmente, essa sensação não perdurou. Na semana a seguir chegou-lhes a notícia de que um dos amigos tinha morrido por doença. Não tivera dinheiro para amanhar uma “vacina”, algo que o teria livrado. Em pouco tempo, aconteceu o mesmo aos avós do menino. O mísero optou imediatamente por não chegar a viver algo assim.
Se isto é tudo o que este mundo tem para nos oferecer, porque é que nele nascemos sequer?
NOTAS: O título intenciona refletir que o suicídio das personagens não resolveu o problema com que nos temos debatido ao longo do tempo histórico: o genocídio. Durante a Expansão Marítima, estava intimamente relacionado com a escravatura; na altura da Inquisição, pelo preconceito em geral; o Holocausto, na 2ª guerra mundial e a taxa de vacinação/imunidade de variadas doenças reduzida nos países em desenvolvimento no presente (não é atualmente uma forma de genocídio evidente ou irrefutável, mas aproxima-se disso).
Luís Morais, 8.º C
3.º Prémio
Música escolhida: https://youtu.be/K0YikRr5IPs
Há muito mais para além da guerra!
NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA- O grupo extremista talibã invadiu o Afeganistão, Paquistão e arredores. As pessoas estão aterrorizadas e está instalado um “campo de batalha” nestes países.
Afeganistão e guerra… Paquistão e guerra… Sinceramente, já estou farta de viver assim (sinto que estou sempre a ouvir o mesmo)! Todos os países e cidades têm algo que os identifica, podemos dizer que cada um tem o seu próprio “cartão de cidadão”, mas estas ideias nem sempre demonstram a realidade… São mais uma “invenção” dos media e das câmaras, que estão por todo lado…
Aliás, é importante relembrar que nem tudo o que parece é. Eu sei que tal como todos os outros países, estes dois em particular, têm o seu lado encantador, mas, infelizmente, a maioria das pessoas não pensa assim. Para muitos, o Afeganistão e o Paquistão resumem-se à guerra!
Ah, já estava a esquecer-me de me apresentar: chamo-me Lusitana, tenho 15 anos, a minha mãe é afegã e o meu pai paquistanês. Agora vivo em Portugal, mas sempre tive um carinho muito especial por estes dois países. Afinal de contas, tal como a minha mãe, nasci no Afeganistão, e vivi lá doze anos, por isso, sim, sei dar valor às coisas boas daqueles países, apesar de não serem muitas…
Todos sabemos que estes países nem se devem recordar como é viver em paz… Vivem há muitos anos neste clima de insegurança, de medo, de tensão, onde a esperança média de vida da população não ultrapassa os 50 anos! Mas a verdade é que a guerra sempre existiu no nosso mundo, assim como diferentes formas de nos conectarmos com as pessoas e, de certa forma, ajudar quem mais precisa … Refiro-me, por exemplo, à música! A música sempre foi vista como uma forma de nos unir e, na minha família, ajudou-nos a superar momentos difíceis.
Com a chegada dos talibãs, seguiu-se a perseguição de muitas pessoas… Muitos sentiram-se de “mãos atadas”, mas ninguém desistiu (e isso é uma prova de que os afegãos e os paquistaneses são pessoas inspiradoras)! Os artistas, por exemplo, aproveitaram a música para transmitir os seus ideais, tentar acabar com o ódio, e deixar a sua marca! Muitos esconderam-se em casa, mas outros foram corajosos ao ponto de apelar aos restantes afegãos e aos paquistaneses para reconsiderarem o que é mais importante: acabar com a crise humanitária e a guerra!
Então, podemos ver que nestes países há muito mais para além da guerra. Há aqueles que criam os conflitos, mas também há aqueles que se preocupam com o bem-estar de todos e pretendem partilhar o amor, porque o amor vence sempre o ódio (uma moral que normalmente retiramos dos filmes, mas que aqui se aplica na perfeição)!
Quando me perguntam o que quero ser quando crescer, repondo sempre: “ainda não sei”. O futuro é incerto, mas de uma coisa tenho a certeza, quero ajudar os outros, de alguma forma, e poder lutar nesta guerra para vencer o ódio!
Isabel Oliveira, 9.º A
Há muito mais para além da guerra!
NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA- O grupo extremista talibã invadiu o Afeganistão, Paquistão e arredores. As pessoas estão aterrorizadas e está instalado um “campo de batalha” nestes países.
Afeganistão e guerra… Paquistão e guerra… Sinceramente, já estou farta de viver assim (sinto que estou sempre a ouvir o mesmo)! Todos os países e cidades têm algo que os identifica, podemos dizer que cada um tem o seu próprio “cartão de cidadão”, mas estas ideias nem sempre demonstram a realidade… São mais uma “invenção” dos media e das câmaras, que estão por todo lado…
Aliás, é importante relembrar que nem tudo o que parece é. Eu sei que tal como todos os outros países, estes dois em particular, têm o seu lado encantador, mas, infelizmente, a maioria das pessoas não pensa assim. Para muitos, o Afeganistão e o Paquistão resumem-se à guerra!
Ah, já estava a esquecer-me de me apresentar: chamo-me Lusitana, tenho 15 anos, a minha mãe é afegã e o meu pai paquistanês. Agora vivo em Portugal, mas sempre tive um carinho muito especial por estes dois países. Afinal de contas, tal como a minha mãe, nasci no Afeganistão, e vivi lá doze anos, por isso, sim, sei dar valor às coisas boas daqueles países, apesar de não serem muitas…
Todos sabemos que estes países nem se devem recordar como é viver em paz… Vivem há muitos anos neste clima de insegurança, de medo, de tensão, onde a esperança média de vida da população não ultrapassa os 50 anos! Mas a verdade é que a guerra sempre existiu no nosso mundo, assim como diferentes formas de nos conectarmos com as pessoas e, de certa forma, ajudar quem mais precisa … Refiro-me, por exemplo, à música! A música sempre foi vista como uma forma de nos unir e, na minha família, ajudou-nos a superar momentos difíceis.
Com a chegada dos talibãs, seguiu-se a perseguição de muitas pessoas… Muitos sentiram-se de “mãos atadas”, mas ninguém desistiu (e isso é uma prova de que os afegãos e os paquistaneses são pessoas inspiradoras)! Os artistas, por exemplo, aproveitaram a música para transmitir os seus ideais, tentar acabar com o ódio, e deixar a sua marca! Muitos esconderam-se em casa, mas outros foram corajosos ao ponto de apelar aos restantes afegãos e aos paquistaneses para reconsiderarem o que é mais importante: acabar com a crise humanitária e a guerra!
Então, podemos ver que nestes países há muito mais para além da guerra. Há aqueles que criam os conflitos, mas também há aqueles que se preocupam com o bem-estar de todos e pretendem partilhar o amor, porque o amor vence sempre o ódio (uma moral que normalmente retiramos dos filmes, mas que aqui se aplica na perfeição)!
Quando me perguntam o que quero ser quando crescer, repondo sempre: “ainda não sei”. O futuro é incerto, mas de uma coisa tenho a certeza, quero ajudar os outros, de alguma forma, e poder lutar nesta guerra para vencer o ódio!
Isabel Oliveira, 9.º A